domingo, 11 de setembro de 2011

Os principais pontos de aproximação entre a escola de Frankfurt e as demais correntes teóricas metodológicas do marxismo.”


            No início da década de vinte do século passado, emerge na Alemanha um grupo de pensadores judeus, tendo como fundador e financiador Felix Weil, tendo como primeiro nome Instituto para o marxismo e posteriormente instituto para pesquisa social e nesta primeira geração os estudos centraram – se em sistematizar e conjeturar sobre o pensamento político e social de Marx, mas a partir dessa geração  o grupo encabeçado por Max Horkheimer adotou o nome de escola de Frankfurt e também deu um passo a mais no seu pensamento, proposta e desenvolvimento filosófico.
            Assim, a partir da segunda guerra mundial e com a fuga de seus integrantes da Alemanha e em busca de asilo político em outros países principalmente na América do Norte, o grupo continua pensando na constituição social desenvolvendo então a chamada teoria crítica da sociedade e criam conceitos como “industria de massa” e cultura da massa”.
            A partir dos textos de Horkheimer como materialismo e moral, de 1933 e teoria tradicional e teoria crítica de 1937, são representadas toda teoria conceitual e teoria crítica, destacando o papel do indivíduo da sociedade e seu papel como revolucionário, a partir desses escritos os pensadores da escola de Frankfurt passaram a desenvolver uma crítica ao pensamento capitalista, tomando como ponto de crítica a recém fundada indústria do entretenimento, como a indústria cinematográfica americana, para os frankfurdianos o homem estava se tornando produto de massa e as coisa estavam tomando o lugar das pessoas, ou seja, os homem se tornavam cada dia mais vazios e fúteis, querendo apenas para si, o capitalismo e a idéia de riqueza estavam produzindo alienação, superficialidade e inércia, os ideais das pessoas não se pautavam mais em buscar coisas grandiosas e para o bem comum, mas cada um quer reter apenas para si, perdendo gradativamente a idéia de sociedade e de visão do outro, se tornando gradativamente individuais e materializados.
            Assim propõe um novo olhar histórico e econômico, tomando como base o pensamento de Marx, fazendo - se importante ressaltar que não isolaram o pensamento marxista e nem se firmaram só nesse pilar, mas permitiram uma dialética entre o marxismo e outros conceitos como de Max Weber ( ética protestante e o espírito do capitalismo), Freud e sua teoria do início das civilizações, além de permitirem opiniões divergentes e individuais sobre as teorias acima.
            O Frankfurdianos desenvolveram e aplicaram o pensamento marxista de maneira inovadora, pois os conceitos agora não eram discutidos apenas no campo do direito do trabalhados e os posicionamentos que este trabalhador deve ter em relação ao capital, o conceito de materialismo histórico proposto por Marx rompe as barreiras trabalhistas e entra agora no conceito vigente e de prática de vida das pessoas em geral, pois agora somos oprimidos por uma indústria de massa, que nos tira o poder de reflexão, vontade própria e nos leva a alienação, assim o homem tem perdido sua posição como agente de mudança e transformador da sociedade, pois agora tudo é feito e moldado para a massa e o indivíduo perde espaço.
Marx desenvolveu sua dialética a industrialização capitalista material de produtos e afins, os frankfurdianos assimilam este conceito agora para a industrialização cultural, intelectual e conceitual, que forma princípios, paradigmas e modas, esta indústria que agora escolhe pelo indivíduo, pois é ela que pauta o que vamos consumir, vestir, beber,  comer, o que vamos falar e como vamos viver, e quem não se adéquam automaticamente é excluído da sociedade. Assim também temos assim uma crise da ética e da moral, o relativismo ganha força, os frankfurdianos iniciam assim o pensamento sobre a ética, moral e cultura dentro do conceito de século XX.
                        Esta chamada teoria crítica propõe então a emancipação do homem moderno dessa escravidão cultural, criticando então a sociedade burguesa que agora não domina só o capital, mas também o cultural e intelectual, cultural e ética, os frankfurdianos em posição ao pensamento marxista rejeitaram a idéia dogmática de luta de classe e  o proletariado como sujeito histórico, rejeitando assim qualquer sociedade autoritarista, centralizadora e ditatorial.
            Os frankfurdianos criam então no socialismo como modelo único de sociedade capaz de superar as injustiças aplicadas pelo modelo capitalista, mas é interessante que não pensaram um uma revolução política, não desejavam tomar o poder, mas que o conceito social fosse pregado como modelo e prática de vida individual, propondo uma sociedade mais igualitária, justa, onde a pobreza seja superada e que o indivíduo seja liberto. Assim a grande revolução se dá pela emancipação da razão.

Diálogo entra as correntes:

            Agora que já discutimos o pensamento dos filósofos de Frankfurt, podemos tentar desenvolver uma dialética em ter este pensamento e os pensamentos metodológicos principais do marxismo.
            Vejo como pontos de aproximação entre os pensamentos frankfurdianos e as demais correntes marxistas justamente no que tange a libertação dos oprimidos, a critica ao capitalismo predatório, onde poucos ganham e muitos são oprimidos e desmerecidos, propondo que o indivíduo pode ser dono de sua história e que não deve ser escravizado e manipulado pelos detentores do dinheiro e do sistema, renascendo assim a liberdade do indivíduo e sua funcionalidade e importância na sociedade como um todo, buscado sempre o bem estar social e nunca a centralização do poder e do capital.  Observo que todos tinham esse ideal em comum, como por exemplo, o pensamento Leninista, que resultou na revolução Bolchevique de 1917 na Rússia, onde o pensamento de Marx foi adaptado para as condições da antiga União Soviética, pois Marx propunha que a revolução do proletariado se daria com sucesso em um país onde as condição capitalistas fossem sólidas e que tivesse um povo com ideais revolucionários sólidos, a realidade russa era diferente, pois se fazia um país atrasado ainda agrário e com um povo com pouca instrução e ideais políticos ainda inocentes, assim Lênin propõe que o partido deve ter o poder e assim libertar o povo. 
            Mesmo em posições marxistas mais radicais como o esquerdismo e o Luxemburquismo, podemos ver essas características, onde em especial no esquerdismo se coloca sempre ao lado do povo, voltando – se contra os dominadores e detentores do poder, verdade que para isso vão usar de luta armada, impositivas e anarquistas, destituindo os opressores e se tornando assim os próprios agentes de opressão, como aconteceu no período Stalinista e até nossos dias como em Cuba e o governo de Fidel Castro.
            Todas as correntes se colocam como redentora e como a única resposta plausível e verdadeira para a soluçao do povo, a utopia e ideal de uma sociedade justa e perfeita parece as vezes entorpecer os pensamentos marxistas, levando – o a se tornar muitas vezes belo na teoria e drástico na prática.             
               

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