“Que resta ao fim do socialismo? O fim da história? Ou seja, a ausência de antagonismo, ou, em outros termos, a falta de antítese, faz cessar o processo (dialético?) da história? O mundo esteve excessivamente acostumado a transpor para todos as esferas (desde a política até a psicológica, passando pela histórica) a realidade da guerra fria, a dicotomia ideológica do mundo do século XX.”
Antes de tratarmos a inserção do Brasil no sistema político chamado “Nova Ordem mundial” acredito que precisamos procurar entender e até desmistificar o seu significado, pois existe ainda certa obscuridade no que tange as intenções e real motivação de interesse desta chamada “ordem mundial’
Refiro-me o desmistificar, pois em pesquisas sobre o tema para este trabalho me deparei com textos, vídeos e debates (já os tinha conhecimento anteriores mais não tão afundo) que afirmam que a chamada nova ordem é uma conspiração de uma antiga seita medieval chamada ILUMINATE (esta fantasia foi o enredo do livro e posteriormente filme “ Anjos e demônios de Dan Brown”).
Esta afirmação tem causado muita confusão e mistificação sobre o tema, portanto, devo afirmar que está conspiração não passa de fantasia e especulações, não tendo sustentabilidade histórica (assim como os livros de Dan Brown).
Então, a Nova ordem mundial ainda é um desafio para pesquisadores pois é um processo em formação e ainda recente no cenário mundial, podemos determinar suas intenções e ideologias políticas e até mesmo já vislumbrar uma força e amadurecimento, mas não podemos profetizar suas conseqüências futuras e se ela se sustentará por muito tempo.
Então, a chamada Nova Ordem Mundial é uma ideologia política que tem seu nascimento marcado por estudiosos com o fim da guerra fria, ou com a queda do socialismo na então chamada URSS.
Esta queda do Comunismo na URSS gerou um novo desenho no mapa político e geográfico mundial, pois, vários países da antiga URSS ganharam a independência e agora chamada Rússia perdeu além de regiões estratégicas, amargou a diminuição gradativa de seu prestígio e hegemonia político internacional, sofrendo um sufocamento financeiro e ainda assim tendo que se reorganizar social, político e geograficamente. Este fator a levou a uma profunda crise econômica e assim a forçou a refazer suas relações internacionais.
Assim, o maior beneficiado com o esfacelamento territorial e econômico da URSS foi o sistema Capitalista encabeçando pelos EUA, pois este agora não mais se voltava para as incertezas da guerra fria e assistia de camarote o inicio de um processo onde o chamado comunismo social entrava em colapso não só na Rússia, mais também em países como Cuba.
Assim, esta chamada nova ordem é um processo de transição política, onde até então o mundo estava sendo marcado pelos contrapontos políticos, sociais e econômicos e porque não dizer ideológicos entre EUA e URSS,
“ A partir de então, a bipolaridade que marcou o cenário geopolítico internacional no pós-guerra já estava configurada. Isto porque as duas grandes potências vencedoras - a capitalista, representada pelos Estados Unidos, e a socialista, representada pela União Soviética - tinham projetos antagônicas, não só a Alemanha como também para toda a Europa”
http://www.algosobre.com.br/geografia/capitalismo-e-socialismo-da-guerra-fria-a-nova-ordem.html Os resultados da extinção da URSS, foram extremamente oportunos para o fortalecimento e afirmação do capitalismo como sistema e econômico e da democracia como sistema político, mas para isto seria necessário uma união dos países chamados capitalistas nascendo assim blocos econômicos como a União Européia, MERCOSUL, e o G 20, estes blocos visam defender os interesse econômicos de seus participantes, gerando assim relações econômicas mais sólidas, facilidades fiscais, tributárias e aumento do comercio de exportações além de tratados de cooperação mutua, assim temos até a criação de uma moeda única o EURO.
Dentro desse processo de cooperação internacional e de crescimento econômico onde agora o liberalismo e o neo liberalismo ganham força e se firmam como sistemas econômicos eficientes e emergentes dentro do capitalismo o Brasil teve que tomar algumas decisões importantes e que determinariam sua inserção nesse processo de nova ordem.
No governo Vargas nasce a primeira e importante decisão que o pais deveria tomar diante da bipolaridade entra EUA e URSS, o país teve que escolher a quem apoiar, e o país foi unânime em apoiar as políticas estadunidense, pois até porque tomara vários empréstimos e já desenvolvera uma dívida externa considerável e também abrira para a entrada de empresas americanas e de produtos com taxas tributárias reduzidas.
Após a queda do muro de Berlim (1989), quando o processo de formação da nova ordem ganhou força, o Brasil estava mergulhado em um processo profundo de transformação política, pois com o fim do processo ditatorial (1985), o país entrara em um processo de redemocratização onde alcança em 1988 uma nova constituição e a chamada “diretas já”, onde o país teria eleições diretas para presidente (1989).
Assim em 1989 o país está envolto das eleições para presidência, a primeira eleição multipartidarista e com propaganda em rádio e Tv e debates abertos, estas teve vitória no segundo turno do até então desconhecido Fernando Collor de Melo, que ainda no primeiro período de seu mandato se tornou o primeiro presidente a sofrer um impitiment no país.
Mas, foi exatamente com Collor que o país dá seus primeiros passos em direção a inserção na Nova Ordem Mundial, pois, o país sofria de problemas sociais (desemprego e pobreza extrema), políticos (redemocratização), econômicos (alta inflação).
Portanto, faz – se necessárias novas posturas políticas para o avanço e progresso de nossa economia, lembrando que certa vez Collor afirmou que nossos carros eram carroças, essa afirmação na verdade serviu para abertura e inserção de produtos importados, logo os carros importados principalmente americanos e japoneses ganham espaço no país, esta abertura faz Brasil um novo campo de expansão comercial para os países chamados até então de primeiro mundo, além do país se colocar como receptor desses produtos, também começou a exportar mais, a carne, soja e outros produtos começaram a bater Record na exportação.
Mais talvez o que realmente determinou a inserção do país na chamada Nova ordem foi a política Neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, política esta que defendia que o governo não podia agir como empresário e sim como regulador de suas riqueza, abrindo o país para a privatização em massa, empresas antes estatais como a Valle do Rio Doce e empresas de telefonia e de energia são privatizadas e entregues a investidores e consórcios com capital estrangeiros.
Este processo de privatização, gerou a recepção do capital estrangeiro e o resultado da entrada desse capital é sua aplicação na melhoria dos serviços, desenvolvimento tecnológico e geração de empregos, este processo aliado ao sucesso do plano real, onde o fantasma da inflação fora banido do cenário econômico nacional gerou uma ascensão econômica do país, gerando crescimento, aquecimento da economia e da industria e uma considerável melhoria na qualidade de vida dos brasileiros.
Também dentro do governo de Fernando Henrique Cardoso, o país se aliou ao MERCOSUL, união dos países da América do Sul e a representar os interesses desses diante do G20, aumentando as exportações e facilitando o diálogo entra as nações, enfim, estes conjuntos de fatores levaram o país não só a uma inserção na Nova Ordem, mais a um papel de destaque no formação desse processo.
Nos dois governos consecutivos de Luis Inácio Lula da Silva, o país se firmou e galgou posições internacionais nunca antes alcançadas na história desse país, tendo parte nos conselhos internacionais e uma cadeira na ONU e participação nos encontros do G20.
Enfim, o país deixa de ser um país atrasado vivendo no subdesenvolvimento para ser um país com política internacional bem definidas, aplicando o neoliberalismo de maneira madura e com resultados positivos, aumentando o seu PIB, a qualidade de vida do povo, enfim com a quitação de sua dívida externa e controle da inflação.
Portanto, o Brasil buscou sua inserção no processo de formação da Nova Ordem Mundial, aplicando política neoliberal, ampliando suas relações internacionais, fortalecendo – se economicamente com o controle da inflação e de privatização de sua estatais (Criação de empregos e desenvolvimento tecnológico e aplicação de capital estrangeiro)
Hoje, o país está colhendo frutos desse processo que foi um divisor de águas em sua histórica, pois deixamos de ser um país que perambulava sem rumo político, sem investimentos em pesquisas e tecnologias, mergulhado em dívidas, alta inflação, e com um povo que gozava de uma baixa auto – estima e sem privilégios e com altas dívidas internacionais , sendo chamado de terceiro mundo.
Hoje, podemos observar uma participação emergente e determinante no processo econômico internacional. O cantor e poeta Renato Russo Dizia: “O Brasil é o país do Futuro”, traves após a bem sucedida inserção de nosso país na política da Nova Ordem esse Futuro tenha chegado.
Sergio Lima.
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