domingo, 11 de setembro de 2011

As diferenças que caracterizaram a colonização


            Há sem dúvidas muitas comparações entre o modelo de colonização espanhola e inglesa, mas não podemos apenas tomar o modelo em si deixando de observar o contexto de cada país e analisarmos suas conjunturas sociais e políticas, pois são estes fatores que irão determinar a postura de cada um em relação o modelo de colonização adotada em suas colônias.

Incursão Espanhola.

            No século XV, vários eventos se combinaram e levaram ao início dos períodos chamados Era das navegações. Talvez o mais importantes deles fosse à conquista pelos turcos da costa oriental do Mediterrâneo, este fato foi demasiadamente problemática para a economia européia, pois fechou o elo de comércio do oriente, pois os otomanos com a queda de Constantinopla ( Após o domínio turco passou a se chamar Istambul) em 1453 fecharam o mar para as caravelas européia e os caminhos por terra, assim os europeus não p tinham liberdade de comércio e de troca com as tão cobiçadas especiarias orientais, e quando este comercio se dava era com quantidade pífias e por preços exorbitantes chegando a dez vezes mais, assim o consumo de nos moscada, canela, gengibre, pimenta que eram usadas para melhorar o sabor e conservar os alimentos e da tão valorizadas seda orientais e suas lousas estavam distantes da nobreza européia.
            Com o advento da escola de sagres por volta de 1417 e com o desenvolvimento das caravelas que se tornavam mais resistentes e rápidas, além da invenção e aperfeiçoamento de instrumentos de navegação como o astrolábio e a bússola, além de investimentos maciços por parte da imergente burguesia que tinham grande interesses em encontrar uma nova rota para as índias.
            Em 1471 após onze anos da morte do rei Henrique o navegador os navios lusitanos alcançaram o equador, em 1486 Bartolomeu Dias seguiu ao sul costeando a África conseguiu chegar até o Cabo das Tormentas que depois passou a se chamar Cabo da Boa Esperança, em 1498 o navegador Vasco da Gama chegou enfim as Índias. Isto fez de Portugal o primeiro país a se lançar nas chamadas grandes navegações e a se tornar a primeira potência marítima.
            Assim em 1479 o reino de Aragão e Castela ou Espanha por assim dizer país peninsular que outrora era formada por vários reinos menores mais que agora acabara sendo unificada com o casamento dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela, após muito tempo em guerra e sem uma hegemonia política a região estava devastada pela fome e pela pobreza, a cidadela de Granada ainda estava nas mãos dos  turcos que seriam expulsos em 1492. A Espanha procurava um escape para se firmar como reino, alimentar seu povo, defender seu território e empreender uma guerra contra a Itália tentando conquistar Nápoles.
            Para isto se fazia necessário o ouro, ouro este que havia sido levado pelos Judeus e que agora esvaziavam os cofres reais, em busca de parceiros para uma nova investida e após a expulsão dos turcos em granada abriram caminho para a exploração marítima, assim, navegadores Genoveses colocaram suas técnicas a serviço de Castela levando a Espanha ao sonho de El dourado.
            Após seis anos de tentativas frustradas o Genovês Cristovão Colombo, ganhou três caravelas: Santa Maria, Pinta e Nina e uma promessa que ele seria o vice – rei de todas as terras que encontrasse e que parte dessa riqueza cairiam em seu bolso, e buscando a terra do ouro de Marco Pólo, Colombo deixa a Europa em 1492 e em outubro do mesmo ano chega no caribe, um lugar de clima quente e povos nus, do qual  chamou - se América, homenagem ao navegador  Américo Vespúcio.
            Portanto, ao chegar nas novas terras que acreditava – se piamente ser as Índias, Colombo não se preocupou em estabelecer uma infra – estrutura e uma relação de sobrevivência para seus homens, embora o primeiro contato com os nativos se deu de maneira terna e amável , logo esta relação era de devastação e domínio por parte dos dominadores, pois exigia – se que os dominados trouxessem ouro para que não fossem maltratados ou mortos, como a terra tinha muito pouco ouro logo quase todos estavam mortos.
            A relação da Espanha com a Colônia era de exploração, ou seja, não desenvolveram agricultura, cidades, escolas, a preocupação não era colonizar a colônia, ou seja, transforma – La em uma nova Espanha até porque não havia uma superpopulação espanhola para exporta – La para a colônia, trazer os espanhóis a iniciarem uma nova vida em novas terras se dana pela busca do ouro e na maioria vinham aventureiros na maioria das vezes sem suas esposas pois a intenção era enriquecer e depois regressar ao lar, assim, o Europeu não se sentia parte da terra e não criavam vínculos com ela, mesmo que fixassem residência ou que seus filho nascessem na colônia para eles ainda eram Europeus, os vínculos culturais, políticos, sociais, religiosos se mantinham intactos, a nova terra era simplesmente um lugar de extrair as riquezas e leva – La para a seus reis, a busca pelo El dourado era uma obsessão não somente para Colombo mais também para os milhares de espanhóis que invadiram o novo mundo com o sonho da riqueza. Ou seja, queria levar as riquezas para a Europa. Eram donos das novas terras e todas as riquezas tinham que ser esgotadas para a prosperidade de Aragão e Castela.

Colonização Inglesa.

            A situação da Inglaterra no século XVII era também muito curiosa assim como a da Espanha um século antes, pois os ingleses viviam dias de intensos problemas internos, havia uma superpopulação vivendo nas cidades, com o advento da revolução industrial ocorreu um êxodo rural, ou seja, milhares de pessoas buscavam oportunidades de trabalho nas metrópoles, assim com um grande contingente de trabalhadores os salários eram cada dia mais baixos, as horas de trabalho maiores e as condições de serviço subumanas, isto começou a geral um clima quase calamitoso, pois a violência tendia a aumentar e o alcoolismo, vandalismo e vagabundagem perturbavam a vida dos ingleses.
            Em 1673, o parlamento decretou a TestAct, que excluíam das funções públicas todos que não fossem protestantes, sendo ignorada posteriormente pelo rei Guilherme.
            Já na colônia estava acontecendo muitas invasões por parte dos franceses e espanhóis e se fazia necessário uma resposta mais contundente já que a guarda náutica inglesa encontrava – se decadente, a política da coroa em relação aos colonos se mostrava ineficaz, pois esta se preocupava somente com os tributos pagos pelos colonos e em regulamentar lei, ou seja, objetava somente a manutenção das terras.
            Por fim, decidiu – se financiar e incentivar pessoas a migrarem para as novas terras, a coroa colocou em pratica um plano populacional e em pouco tempo milhares de pessoas embarcavam, fugindo da pobreza, desemprego ou até mesmo das perseguições religiosas que se instalavam na Europa                 ( Anabatistas e Puritanos fugiram para a América da perseguição da inquisição e dos reformadores luteranos em um navio chamado My Flawer).
            Em pouco tempo a vida na nova terra prosperava, embora tivessem problemas com os nativos e muitas guerras e mortes aconteceram, os ingleses conseguiram fundar cidades e organizar – se plenamente, muitos historiadores atribuem este feito ao fato do inglês ver o trabalho de maneira diferente do espanhol, pois o inglês tinha uma relação com o trabalho braçal como nobre e bom, já o Espanhol o tinha como desprezível e vergonhoso. Isto fez com que a colônia inglesa em pouco tempo chegasse a um patamar de riqueza e prosperidade. Também  temos a agricultura de comércio ( algodão e tabaco)  que eram exportadas para a Europa e rendiam muito, já na colônia espanhola isto não se dá nesse instante, a agricultura era somente de subsistência e por muitas vezes eram cultivada por escravos e índios, nunca pelas mão diretas dos donos da terra.
            Com um clima agradável e geografia próximos da metrópole a policultura se voltou mais para o mercado interno e para o comercio com os vizinhos, isto fortaleceu a colônia inglesa, pois o capital não era enviado em sua totalidade para a metrópole, mas este era investido na própria terra, gerando autonomia e riqueza aos colonos, este é um dos fatores que levou a colônia amaricana a independência e a guerra da civil.

Conclusão:

Podemos então entender as diferenças entre as colônia espanhola e inglesa, a primeira era de exploração, ou seja, apenas de uso para o próprio beneficio, não existia a primeiro plano uma política populacional ( ainda porque não se tinha um contingente populacional), mas apenas uma preocupação em esgotar as riquezas e leva – La para a metrópole, a agricultura era de subsistência  e o trabalho braçal era feito totalmente por escravos sendo estes negros ou nativos já que o espanhol valorizava o ócio e o trabalho intelectual como valoroso.
Já na colônia inglesa houve um plano populacional por parte da coroa, tanto para escoar da superpopulação que enchiam as cidades e empobreciam o país como um todo, além de que na colônia a marinha se mostrava ineficaz na defesa do território e proporcionando a imigração ocasionaria  naturalmente a posse definitiva da terra e o esvaziamento das cidades, isto gerou uma colônia populacional, ajudada pelo clima próximo da metrópole esta desenvolveu uma policultura que proporcionou o comercio com as colônias próximas e gerou capital para o mercado interno, o desenvolvimento das cidades, escolas, armamentos, navios e de uma política estável e prospera.
O trabalho era realizado por escravos sendo estes negros ou nativos e também por ingleses, já que como calvinistas em sua maioria viam o trabalho braçal e o esforço físico como algo que enobrece o homem e o torna útil e valorizado.


              
      
           


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